Número do anúncio | 2020575 |
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Data do anúncio | 12 Maio 2020 |
Status | Zero |
Os textos desta colet�nea s�o exemplos de como alguns dos grandes fil�sofos, m�sticos e escritores, de diferentes �pocas e tradi��es, debateram-se com as quest�es que constituem o eixo vital da nossa exist�ncia moral e espiritual.
Para os antologistas, �filosofia viva� � a reflex�o que nasce na mente que procura a si mesma, no ambiente concreto das escolhas do cotidiano, e se ocupa igualmente da a��o corriqueira e da configura��o misteriosa da exist�ncia. � uma for�a singular na vida humana, que participa tanto da busca interior quanto do processo de descoberta do mundo. Este livro se dirige a todas as pessoas que reconhecem a atra��o que os valores tradicionais exercem nesta �poca de crise hist�rica � pessoas que desejam continuar envolvidas em suas atividades espec�ficas e, ao mesmo tempo, responder ao chamado da verdadeira busca de sentido.
Essa busca n�o abandona a esfera mundana em favor de algum santu�rio particular ou laborat�rio especializado. Afinal, a filosofia n�o pode, e n�o deve, afugentar aqueles que dela desejam se aproximar. Ao contr�rio, hoje, mais at� do que na Gr�cia antiga, onde se multiplicavam os �convites � filosofia�, faz-se cada vez mais necess�rio convidar os passantes a pensar, como quem convida os amigos para um banquete.
Filosofia Viva busca o que h� de comum entre tradi��es de pensamento t�o varia das que parecem ter pouco ou nada a ver umas com as outras. O que, de fato, o m�todo de Descartes tem em comum com o Grande Caminho do mestre S�san, o iluminado seguidor de Buda? Qual o elo poss�vel entre o �pequeno castelo da alma� da m�stica crist� de Mestre Eckhart e as chagas de �dipo Rei? O que a sabedoria afor�stica dos Upanixades tem a ver com a �Religi�o nos limites da simples raz�o� de Kant? Nada, realmente, se julgamos o fruto pela casca; nada, se acreditamos que as diferen�as de tempo, de l�ngua e de express�o tornam imposs�vel a tradu��o do mais aut�ntico produto da alma humana; nada, enfim, se, tomando de empr�stimo a famosa analogia,confundimos o dedo que aponta com o que ele quer indicar. Apesar de tudo de grandioso que acreditamos ser, n�s mesmos e nossa �poca evolu�da,n�o continuamos a nos fazer as mesmas perguntas? N�o estamos ainda presos na caverna de Plat�o? N�o confundimos a sombra das coisas com as coisas mesmas?
Se entendemos, ao modo socr�tico, que a ess�ncia da filosofia s�o as perguntas (a �busca�), que somente elas s�o universais e que, por isso, nunca passam, sempre se transformando e se revestindo da mat�ria inevitavelmente perec�vel das palavras, conceitos e express�es; se, enfim, temos essa vis�o, por assim dizer, humana, da filosofia, s� podemos sentir-nos gratificados em saber que, em todos os lugares e gera��es, seres humanos como n�s fizeram as mesmas perguntas que fazemos, compondo tra�o a tra�o a imagem que a todos torna reconhec�vel nossa humana condi��o.